quinta-feira, 31 de maio de 2012

03 - O início do saber


Com 06 anos entrei para a Escola. Naquele tempo era mais difícil uma criança entrar mais cedo para alfabetização, o padrão era a partir de 06 anos. Era uma Escola Municipal que tinha como patrocinadores alguns representantes da Holanda.

Minha mãe me levou no primeiro dia e acho que não tive nenhum problema de adaptação, pelo contrário, adorava ir para a Escola. Sentia-me uma aprendiz com fome de saber.

Minha primeira professora se chamava Lucia, era amigável, conduzia a turma com carinho, premiava as boas notas e sua pedagogia ficou marcada em minha mente.

Assim que fui alfabetizada e já sabendo ler ganhei o meu primeiro livrinho de estória. Lembro que ao chegar em casa queria ler o livro, era um conto infantil que falava sobre o trabalho de uma retroescavadeira. Engraçado uma máquina tão pesada mas que provavelmente tinha um apelo infantil. Não me lembro do conteúdo, mas é impressionante como a imagem desse livrinho ficou guardada comigo.

Por ser uma escola com uma temática da Holanda tínhamos que cantar pelo menos uma vez na semana o Hino da Holanda, até hoje me pego cantarolando esse hino, eu não esqueci da melodia.
 
Entrar para a Escola foi um momento encantador e mágico, minha mãe era caprichada com nossos uniformes, sempre limpo, branquinho e muito bem passado.

Minha segunda caminhada importante na vida, com meus pais coadjuvantes e responsáveis por esse meu progresso.

Obrigada pai, obrigada mãe!!!!

HINO DA HOLANDA
(apenas a 1ª.estrofe. A letra original tem 19 estrofes e  por ser muito grande geralmente é cantada apenas a 1a. )

Wilhelmus van Nassauwe
ben ik, van Duitsen bloed,
den vaderland getrouwe
blijf ik tot in den dood.
Een Prince van Oranje
ben ik, vrij onverveerd,
den Koning van Hispanje
heb ik altijd geëerd.


Até logo!

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02 - A infância remota

Sabe, não me lembro muito bem de minha infância, apenas alguns fatos que me marcaram muito e deixaram marcas indeléveis, umas muito boas e outras que me deixam triste quando recordo. Enfim, não podemos parar no tempo, é a vida acontecendo.

O tempo é indefectível, isto é, não falha, simplesmente segue um ritmo rápido e nesse movimento do tempo somos os personagens principais conduzidos para caminhos muitas vezes surpreendentes e inesperados. Podemos também seguir para outros caminhos que nem sabemos o motivo de estar neles, é o chamado acaso, uma força aleatória impulsionada pelos pensamentos e desejos de viver e sentir o movimento da vida.

Bem, com 5 anos de idade eu já queria conhecer caminhos diferentes, queria sentir a tal liberdade e as sensações que o mundo e a natureza nos oferece. Foi num desses momentos de curiosidade que tive a minha primeira sensação da vida, sozinha e independente dos laços familiares. 

Em uma manhã clara, terra iluminada pelo sol, minha mãe preparava o almoço. A cena acontecia no degrau da porta da cozinha, foi exatamente ali que vi várias vezes a minha mãe preparar galinhas para nosso almoço, era uma prática habitual na culinária dela todos os domingos. Parecia um ritual, ela pegava a galinha pelo pescoço dava um corte com a faca e reservava o sangue em uma tigela, depois colocava a ave morta em uma bacia e jogava água quente para então depenar e limpar. No início, eu olhava curiosa, depois foi virando uma rotina para todos nós e antigamente matar e preparar uma galinha fazia parte de uma receita de comida na maioria das casas. 

Foi em um desses dias, levada pela beleza encantadora do sol, que tive o desejo de me lançar ao mundo desconhecido como se já quisesse preencher um coração vazio com a força do espírito santo. E eu já sabia que somente podia preencher interagindo com a criação divina que está no tempo e na natureza. Lembro-me bem que saí curiosa, caminhei alguns metros, olhava e sentia tudo, o calor do sol, a brisa, as casas, as pessoas e os animais. 

Essa foi minha primeira sensação e conexão verdadeira com o mundo, com a terra e com tudo que nela habita e que faz o tempo seguir em frente.

Foi uma pequena e rápida caminhada, lembro que fui logo pinçada de volta pela minha avó Rita, um impulso de vida que está sendo eterno pela lembrança marcante das sensações que jamais quero esquecer.


Até a próxima!



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01 - Pequena Introdução sobre quem sou eu

Chamo-me Nazareth e venho de uma família de 08 irmãos, sendo 5 meninos e 03 meninas. Meu pai trabalhava muito para sustentar essa grande família, e cuidou muito bem de todos nós. Fomos educados de uma maneira tradicional, porém sem chicotes e castigos que nos traumatizassem o corpo, a mente ou a alma. Recebemos os melhores valores e nos tornamos adultos de qualidade, graças a Deus.


Sou formada Psicologia, tenho pós-graduação em Marketing e MBA em Management-Formação De Gerentes e Diretores pela FVG-Rio de Janeiro. A formação é linda, não é mesmo? Acredito que poucos tenham tido e aproveitado as oportunidades que a vida me deu.

Mas antes de tudo isso, também trabalhei duro. Aos 15 anos, já tinha garantido o meu emprego durante as férias escolares. Trabalhei em lojas, boutiques e adorava ter o meu dinheiro. Aos 17 anos fui convidada para um estágio na área de saúde e um curso de auxiliar de enfermagem me garantiu a entrada em uma grande maternidade. Fiquei quase 06 meses na Maternidade da Praça XV, hoje chamado de Hospital Oswaldo Nazareth. Época boa de muito aprendizado, vi muitos partos normais, naturais, cesarianas, e prematuramente já sabia sobre muitos temas na área de saúde , como por exemplo, óbitos, infecções hospitalares, doenças infecto-contagiosas, e na pratica tudo isso me impactou muito, me faziam refletir o sentido da vida.

Depois desse estágio fui admitida em uma clinica geral onde se realizavam além de muitos partos, cirurgias plásticas e de buco maxilo facial. Também foi uma fase de muito trabalho e de descobertas. Praticamente residia na clínica, tinha o meu quarto de descanso. Era sábado, domingo, feriado, Natal, Ano Novo e lá estava eu de plantão 24, 48h e dormindo pouco.

Nessa etapa da minha vida é que fui encaminhada para uma Universidade. A partir daqui tudo foi mágico, evolui em trabalho e em conhecimento.

Tive uma formação executiva, trabalhei em grandes industrias farmacêuticas, assumi uma transferência para São Paulo por 03 anos. Mas tinha um desejo enorme de ser mãe. Achava que deveria deixar tudo que construí para minha família e filhos, na verdade acho até que tinha medo de envelhecer sozinha, sem ninguém. Conheci uma pessoa na minha infância que tinha tudo, dinheiro, mansão mas era sozinha. Todo seu legado foi deixado como herança para uma empregada que não merecia, porque a serviçal e seu marido sabendo do testamento queria que ela morresse logo.

Mas como Deus sempre esteve e está presente em minha vida, em São Paulo fiquei grávida e vieram gêmeas, Gabriela e Giulia, que hoje são razão de ser de toda a minha vida.

Trabalhei na Casa de Saúde São José no Humaitá, em regime de plantão noturno 24hsx36hs. Que lugar lindo! As freiras são pessoas bondosas, com um poder de humanização incrível. A Madre Superiora, um doce de ser, sempre buscando o melhor para pacientes e colaboradores. Lembro-me de um plantão que marcou muito a minha passagem por lá. Foi uma noite de muita chuva na Cidade do Rio de Janeiro, e o Hospital teve muitos problemas com pontos de enchentes e vazamentos. De madrugada fui chamada por uma das freiras para verificar vazamentos na ala que ficava o Convento. Essa parte do Hospital tem acesso restrito. Encantada em conhecer o local percorri todo o Convento Sagrado , vi como as freiras vivem, seu espaço, seu retiro e principalmente o sentido de Deus em nossa vida. Foi lindo!





Enfim essa é a minha história inicial, depois conto mais.

Me aguardem!


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