quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

131 – Amor que alimenta a vida



Há tempos achava que a minha felicidade era uma boneca que fechava os olhinhos e que chorava. Simbolicamente achava que para ser feliz na vida bastava realizar um desejo que tanto se quer na vida.

Assim me lembro dessa história, do desejo e da boneca que o Natal não podia me dar.
Sol, verão, terra escaldante e por muitos anos de Natal eu esperava um vendedor de porta a porta que vendia essas bonecas e muitas coisas mais.  Ele passava por nossa rua carregado de produtos.  E a boneca que tantos Natais eu queria estava lá.  Eu olhava para ela apertada no meio de tantas outras coisas, nossos olhares se cruzavam, mas ela me ignorava e ia embora.

Na verdade era meu pai que não tinha dinheiro para presentear oito filhos. Eu não me incomodava, suprimia essa vontade e deixava a boneca ir embora sem ficar triste. Eu compreendia muito bem a situação da família, e tinha um amor enorme pelo meu pai, e sabia que o desejo logo passaria, mas o nosso amor seria para toda a vida.

E hoje incrivelmente eu voltei nesse tempo, imaginei  esse vendedor passando pela minha porta da vida carregando um monte de “coisas” que tanto desejo. Muitos desejos materiais, e mais uma vez eu fiquei parada olhando os meus desejos indo embora. 

Felizmente a cognição me ajuda, o espírito clama a razão e a compreensão e logo essa sensação passada no tempo se transforma numa sensação feliz de amor  pela vida e pela minha família.

Enquanto o material alimenta o desejo e nos deixa feliz apenas por um momento, o amor alimenta a alma e nos deixa feliz por toda a vida.

Graças a Deus, que tenhamos para doar muito Amor na Vida.






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