sexta-feira, 24 de abril de 2015

138 - A Caminhada dos Caquis



Eta feriado bom esse de terça feira!

As 06hs eu já estava de pé e feliz para uma caminhada no santuário da vida. Bem ansiosa para colocar meus pés na terra e tocar a preciosa natureza. 

Um bom café para  enfrentar  o que vinha pela frente. O dia chegava amanhecendo meus sentimentos divinos com seus poucos raios de Sol. 

Peguei somente o necessário, água, máquina para fotos, celular e algo para comer durante o trajeto inicial. Pronta e bem disposta saí de casa rumo ao ponto de encontro lá em cima no alto do Mucuíba, Vargem Grande. O objetivo era participar da Caravana anual Agroecológica e Cultural da Região Metropolitana com destino aos caquizais espalhados nas encostas íngremes do Maciço da Pedra Branca, uma região protegida.

Um convite para uma colheita solidária do caqui que vem acontecendo anualmente com o intuito de divulgar o cultivo do fruto na região. Cansativo no início porque é muita subida morro acima, e incrivelmente fantástico a medida que se infiltra na poderosa Mata Atlântica. 

Raríssimas casas, muito antigas e pobres, marcavam nosso caminho. Lembravam e muito um povo sofrido sem muitos recursos materiais, mas com a vida soprada pelos recursos da  mãe natureza.


Foram quase 03 horas de caminhada até chegar as centenas de árvores especiais de galhos grandes mas frágeis carregados de caquis, lindos, delicados, verdes, amarelos e vermelhos.
 
Encantada com tudo, com o povo, com o local, com o cultivo, com a antiguidade, enfim encantada com a terra e com a natureza existida naquele canto.

Além do caqui, famílias de agricultores cultivam ainda banana, aipim, chuchu abacate, louro e mais alguma coisa.

Valeu meu dia, retornei as 16h acabadíssima e muito feliz por conhecer uma região especial, gente com uma história tão ancestral, trabalhadora e encantadora.

Mas eu não sabia que os caquis ficavam tão perto do céu,rsrsrsrs... 

Inacreditável aventura, eu fui ao céu colher alguns especiais e doces caquis.

Até a próxima caminhada ao céu dos caquis.


domingo, 12 de abril de 2015

137 – Uma Rainha com Alzheimer






O destino ordenou e nos fez tristes por ter deixado nossa rainha em uma casa de repouso. Pelo menos parece que a instituição é carinhosa  e atenciosa.

Todos os dias eu estou indo lá, hoje cheguei na hora de uma missa, as 10 h da manhã. Uma senhora, hóspede da casa, que dizia não acreditar  na sua musicalidade, hoje ela estava  nessa hora sagrada cantando com expressão de gratidão e provavelmente sentindo um resgate momentâneo de  sua história de vida.  

Que vibração pude sentir nesse momento...  

Uma hora de um Domingo feliz na companhia de Deus. Muitas conexões  levavam os  pedidos de misericórdia. É triste ver vidas e almas tão perdidas como se nada mais tivesse sentido algum. 

No horário que cheguei minha rainha estava fazendo sua higiene. Ajudei a finalizar penteando seus cabelos e colocando um perfume suave. Mas depois, triste fiquei porque a imagem que marca é a de uma cadeirante  impregnada de medicamentos que consomem o que ela tem de mais sagrado, sua vida. 

Não sei como entender esse Alzheimer, sei apenas o que é sofrer vendo a angústia do vazio que ele deixa na mente e na alma de quem  amamos .

Que tenhamos o bem viver de uma vida eterna. 



136 - Por que as flores morrem?



Um sinal do tempo
Eu perdi minha vida, esqueci de morrer
Como qualquer homem, um cara assustado
Estou guardando as lembranças no interior
Do amor ferido 
Mas eu sei que
Estou mais do que triste e mais, hoje
Estou engolindo palavras duras demais para falar
Uma única lágrima e estou longe
Longe e arruinado 
Eu preciso de você
Tão distante do inferno, tão distante de você
Pois o céu está cruel e preto e cinza
Você é apenas um alguém que foi embora
Você nunca disse "adeus"
Por quê, amor, por quê?
Por que as flores morrem?
Por quê, amor, por quê? 
Toda vez que
Eu ouço sua voz, você ouviu meu nome
Você causou o incêndio, molhou a chama
Eu nado pela vida, não consigo agüentar a chuva
Não tem retorno
Eu preciso de você
Tão distante do inferno, tão distante de você
Pois o céu está cruel e preto e cinza
Você é apenas um alguém que foi embora
Você nunca disse "adeus"
Por quê, amor, por quê?
Por que as flores morrem?
Por quê, amor, por quê? 
Por quê, amor, por quê?
Por que as flores morrem? 
Eu perdi minha vida, esqueci de morrer
Como qualquer homem, um cara assustado
Estou guardando as lembranças no interior
Do amor ferido 
Mas eu sei que
Estou mais do que triste e mais, hoje
Estou engolindo palavras duras demais para falar
Uma única lágrima e estou longe
Longe e arruinado 
Eu preciso de você
Tão distante do inferno, tão distante de você
Pois o céu está cruel e preto e cinza
Você é apenas um alguém que foi embora
Você nunca disse "adeus"
Por quê, amor, por quê?
Por que as flores morrem?
Por quê, amor, por quê? 
Toda vez que
Eu ouço sua voz, você ouviu meu nome
Você causou o incêndio, molhou a chama
Eu nado pela vida, não consigo agüentar a chuva
Não tem retorno 
Eu preciso de você
Tão distante do inferno, tão distante de você
Pois o céu está cruel e preto e cinza
Você é apenas um alguém que foi embora
Você nunca disse "adeus"
Por quê, amor, por quê?
Por que as flores morrem?
Por quê, amor, por quê? 
Por quê, amor, por quê?
Por que as flores morrem? 

- Essa é a letra de Lover Why (Century, 1986), dedico a minha mãezinha que amo demais, está com 85 anos e sofre do mal de Alzheimer. É uma flor, nasce e morre todos os dias.