Hoje levando
minhas filhas para a Escola surgiu um assunto que me fez remontar uma história
lá dos meus tempos de infância. Fez-me lembrar e sentir como éramos conectados
com a vida, com o mundo, com a natureza e, sobretudo com o Divino.
Tempo bom...
Hoje parece que a humanidade perdeu essa conexão.
Bem, tudo
começou porque minha filha comentou sobre uma casa em nosso condomínio que tem
muitos vidros em sua estrutura, e a preocupação dela era ocorrendo uma tempestade
os raios poderiam atingir essa casa. Isso
me fez lembrar minha mãe que nas tempestades corria para cobrir a TV e todos os
espelhos da casa, ela jogava uma toalha e pedia para que ficássemos quietos.
Nos
acontecimentos de eclipse solar então, nossa, parecia que o mundo ia acabar.
Ah, isso minha mãe, minha avó, e toda geração antiga pensavam mesmo. Nessa época se tinha pouco conhecimento sobre
astrologia e por essa razão muitos acreditavam que o Eclipse era sinal de coisa
ruim ou que estava para acontecer uma catástrofe, ou seja, que era mesmo o fim do mundo.
Não sei como
minha mãe ficava sabendo que iria acontecer um eclipse do sol, a informação não
corria rápido, acho que o povo dessa época tinha a intuição dos índios, era um
povo que sabia fazer uma boa leitura da natureza.
Mas o fato
era que sabendo que o dia ia escurecer minha mãe trancava os filhos dentro de
casa e não deixava ninguém sair até que o fenômeno passasse. A criançada ficava
assustada mas também curiosa. Nossos olhinhos se colavam nas frestas das
janelas e ali ficávamos por horas olhando o dia escurecer enquanto minha mãe ficava rezando. Somente
saíamos de dentro de casa quando ela se sentia segura de que “tudo passou”.
Minha
intuição diz que não era apenas uma preocupação que minha mãe e o povo antigo
sentiam, era respeito e submissão aos desígnios de Deus. É isso que eu chamo de
conexão.
Mais do que
uma boa lembrança, para mim foi a certeza de que a conexão com a vida, com a
natureza e com Deus jamais deve ser perdida.
Em conexão
sempre.