As lembranças me passam
como uma sequência de fotos tiradas em lindas tardes e noites de uma estação iluminada e de brisa suave e tranqüila.
Quero falar das amizades
que duram e das amizades que chegam, marcam e da mesma forma vão embora sem
sequer deixar uma pista para um reencontro.
Algumas amigas me deixaram
lembranças porque vivemos juntas um tempo de adolescência, uma fase de mudanças
e de descobertas, um período difícil em que muitas emoções emergem sem qualquer
explicação.
Essa é uma época de formar
outros vínculos e da necessidade de um pouco mais de liberdade e privacidade. É
na adolescência que se têm mais sentimentos pela vida, emoções aguçam nossos
sentidos e surge uma certa dose de
egoísmo pelo ser e pelo ter. Confesso que fui egoísta com as minhas coisas e
era difícil dividir ou compartilhar o que tinha, um desprezível sentimento de
posse que hoje é lembrado com muita tristeza. Mas essa é uma história que pretendo contar em outro post. Agora quero falar de Sempre e nem sempre Amigas.
Uma amiga que jamais
esqueci, foi uma vizinha de portão. Essa era uma amiga companheira da
adolescência, da escola e de muitas confidências. Éramos jovens meninas que se
completavam nas expectativas de vida. Muitas vezes ficávamos até tarde conversando
no portão de nossas casas. Passávamos horas admirando o céu e tentávamos contar aquela imensidão de
estrelas até descobrirmos que o céu era infinito, mas nunca deixávamos de
apontar para as Três Marias. Éramos
olhos brilhantes como as estrelas e vidas que sonhavam com o futuro.
E essa amiga tinha uma grande
amendoeira no quintal que foi nossa cúmplice em muitos segredos e momentos
marcantes como em uma promessa que chamamos de pacto para o ano 2000. Mas a história desse pacto vou deixar para
comentar na segunda parte desse tema.
A minha caminhada chegava na
fase dos ídolos e da descoberta de um sentimento arrebatador e que nos deixa
sensível, mas muito esperta para a vida. A paixão despertava na mente e no
coração, era o momento de transferir nosso afeto aprendido para outros objetos
amorosos e idealizados nessa fase da vida.
Amor e paixão são caminhos
percorridos ao encontro da felicidade, é uma experiência na qual se pode
conseguir a maior sensação de prazer, de paz e de felicidade.
Era uma fase de
sentir os ídolos e de apaixonar-se por
eles, uma experiência subliminar que evoca o desejo de ser e ter como eles.
E eu nessa fase pendurava
fotos de Tarcísio Meira no meu quarto, achava ele um gato, ficava horas olhando
aquele pôster e fantasiando a vida com (e como) ele. rsrsrsrsrsrsrsrs!!!!!
Voltando
para a minha amiga de infância e adolescência, nós duas éramos fãs do Jackson
Five, na verdade do Michael Jackson, e em 1974, quando eu tinha 14 anos a banda
veio ao Brasil para uma turnê.
Esse show do Jackson Five em 1974 foi no Maracananzinho e no grande dia
nada me doeu mais do que não ter podido
ir ao show. Mas como sempre estávamos lá
juntas em nosso portão imaginando o rolar do show
quando sem mais nem menos surgiu a idéia de telefonar para o estádio. Era a hora do show, não
lembro porque, mas acho que já sabíamos que essa ligação poderia nos alegrar. Corremos
para o orelhão próximo da nossa casa e ligamos, alguém do outro lado da
linha atendeu, e aí o esperado aconteceu. Ficamos mudas, olhos arregalados uma
para outra e paralisadas ouvindo por telefone o show do Jackson Five e bem na
hora em que Michael Jackson cantava Ben.
BEN
Ben, the two of us need look no more
We both found what we were looking for
With a friend to call my own
I'll never be alone
And you, my friend will see
You've got a friend in me
(You've got a friend in me)
Ben, you're always running here and there
(Here
and there)
....
|
TRADUÇÃO
Ben, não precisamos mais procurar
Nós achamos o que procurávamos
Com um amigo pra chamar de meu
Nunca estarei só
E você, meu amigo, verá
Que tem um amigo em mim
(Que tem um amigo em mim)
Ben, você sempre corre aqui e ali (Aqui e ali).... |
Essa história levou apenas
alguns breves minutos até o interlocutor cansar de falar alô sem retorno e
desligar a ligação. Nesse momento o encanto acabou e retornamos para nossa realidade, mas
certamente diferentes e mais entusiasmadas e porque não dizer realizadas. Valeu
a pena Michael Jackson!!!
Mas encerrando a história
do Jackson Five pelo Brasil, quando cheguei segunda-feira na escola uma colega de
classe que foi ao show pegou o pandeiro jogado ao público pela banda e muito
feliz o exibia como um grande troféu. Foi a Mariângela, uma sortuda!
A quem possa interessar tenho
muito mais para contar sobre Sempre e Nem Sempre
Amigas e para não ficar cansativo farei um segundo post desse tema.
Me aguardem !
Nazareth
avidaemcaminhadas.blogspot.com.br
Quem era essa amiga, Naza? A Fátima?
ResponderExcluirOi Selma, sim é a Fátima. Tenho boas lembranças da época em que viver a infância era mais importante do que qualquer outro interesse.
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