terça-feira, 10 de julho de 2012

13 - Sempre e nem sempre Amigas (I)

As lembranças me passam como uma sequência de fotos tiradas em lindas tardes e noites  de uma estação  iluminada e de brisa suave e tranqüila.

Quero falar das amizades que duram e das amizades que chegam, marcam e da mesma forma vão embora sem sequer deixar uma pista para um reencontro.

Algumas amigas me deixaram lembranças porque vivemos juntas um tempo de adolescência, uma fase de mudanças e de descobertas, um período difícil em que muitas emoções emergem sem qualquer explicação.

Essa é uma época de formar outros vínculos e da necessidade de um pouco mais de liberdade e privacidade. É na adolescência que se têm mais sentimentos pela vida, emoções aguçam nossos sentidos  e surge uma certa dose de egoísmo pelo ser e pelo ter. Confesso que fui egoísta com as minhas coisas e era difícil dividir ou compartilhar o que tinha, um desprezível sentimento de posse que hoje é lembrado com muita tristeza. Mas essa é uma história que pretendo contar em outro post. Agora quero falar de Sempre e nem sempre Amigas.

Uma amiga que jamais esqueci, foi uma vizinha de portão. Essa era uma amiga companheira da adolescência, da escola e de muitas confidências. Éramos jovens meninas que se completavam nas expectativas de vida. Muitas vezes ficávamos até tarde conversando no portão de nossas casas. Passávamos horas admirando o céu  e tentávamos contar aquela imensidão de estrelas até descobrirmos que o céu era infinito, mas nunca deixávamos de apontar para as Três Marias.  Éramos olhos brilhantes como as estrelas e vidas que sonhavam com o futuro.

E essa amiga tinha uma grande amendoeira no quintal que foi nossa cúmplice em muitos segredos e momentos marcantes como em uma promessa que chamamos de pacto para o ano 2000.  Mas a história desse pacto vou deixar para comentar na segunda parte desse tema.

A minha caminhada chegava na fase dos ídolos e da descoberta de um sentimento arrebatador e que nos deixa sensível, mas muito esperta para a vida. A paixão despertava na mente e no coração, era o momento de transferir nosso afeto aprendido para outros objetos amorosos e idealizados nessa fase da vida.

Amor e paixão são caminhos percorridos ao encontro da felicidade, é uma experiência na qual se pode conseguir a maior sensação de prazer, de paz e de felicidade.

Era uma fase de sentir  os ídolos e de apaixonar-se por eles, uma experiência subliminar que evoca o desejo de ser e ter como eles.

E eu nessa fase  pendurava fotos de Tarcísio Meira no meu quarto, achava ele um gato, ficava horas olhando aquele pôster e fantasiando a vida com (e como) ele. rsrsrsrsrsrsrsrs!!!!!


Voltando para a minha amiga de infância e adolescência, nós duas éramos fãs do Jackson Five, na verdade do Michael Jackson, e em 1974, quando eu tinha 14 anos a banda veio ao Brasil para uma turnê. 



Esse  show do Jackson Five  em 1974 foi no Maracananzinho e no grande dia nada me  doeu mais do que não ter podido ir ao show.  Mas como sempre estávamos lá juntas em nosso portão  imaginando o rolar do show quando sem mais nem menos surgiu a idéia de telefonar para o estádio. Era a hora do show, não lembro porque, mas acho que já sabíamos que essa ligação poderia nos alegrar. Corremos para o orelhão próximo da nossa casa e  ligamos, alguém do outro lado da linha atendeu, e aí o esperado aconteceu. Ficamos mudas, olhos arregalados uma para outra e paralisadas ouvindo por telefone o show do Jackson Five e bem na hora em que Michael Jackson cantava Ben.

    BEN

Ben, the two of us need look no more
We both found what we were looking for

With a friend to call my own
I'll never be alone
And you, my friend will see
You've got a friend in me
(You've got a friend in me)

Ben, you're always running here and there
(Here and there)

....

 

TRADUÇÃO

Ben, não precisamos mais procurar
Nós achamos o que procurávamos

Com um amigo pra chamar de meu
Nunca estarei só
E você, meu amigo, verá
Que tem um amigo em mim
(Que tem um amigo em mim)

Ben, você sempre corre aqui e ali                                                       (Aqui e ali)

....

 


Essa história levou apenas alguns breves minutos até o interlocutor cansar de falar alô sem retorno e desligar a ligação. Nesse momento o encanto acabou  e retornamos para nossa realidade, mas certamente diferentes e mais entusiasmadas e porque não dizer realizadas. Valeu a pena Michael Jackson!!!

Mas encerrando a história do Jackson Five pelo Brasil, quando cheguei segunda-feira na escola uma colega de classe que foi ao show pegou o pandeiro jogado ao público pela banda e muito feliz o exibia como um grande troféu. Foi a Mariângela, uma sortuda!

A quem possa interessar tenho muito mais para contar sobre Sempre e Nem Sempre Amigas e para não ficar cansativo farei um segundo post  desse tema.

Me aguardem !



Nazareth

avidaemcaminhadas.blogspot.com.br

2 comentários:

  1. Selma maria de Limaterça-feira, 24 julho, 2012

    Quem era essa amiga, Naza? A Fátima?

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    1. Oi Selma, sim é a Fátima. Tenho boas lembranças da época em que viver a infância era mais importante do que qualquer outro interesse.

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