segunda-feira, 30 de julho de 2012

15 - Sempre e nem sempre amigas (II)

Nesse segundo post do tema amigas vou falar um pouco mais sobre as amizades antigas, algumas esquecidas no tempo e na caminhada e outras raras amizades que são mantidas até hoje.

Uma grande amizade esquecida pelo tempo fez parte do  pacto do ano 2000. Pacto esse que posso chamar de um evento que ficou na história, não pelo acontecimento da modernidade e do futuro, mas pela preocupação que tínhamos em juntar o que a vida separou.

Amigas e primas que uniram as mãos em pacto e juraram um compromisso de reencontro, mesmo se casadas, compromissadas e com filhos. Moças que já entendiam um pouco da vida e sabiam que caminhos e destinos poderiam ser separados. Uma preocupação com a perda ou uma curiosidade para saber o que a vida fez conosco? 

Ah... Como eram nossos pensamentos e emoções antigamente? Pensar na chegada do Ano 2000 era pensar em um futuro muito distante, mas muito distante mesmo! Era tudo muito fantasioso e cheio de mistérios. Crenças e misticismo nos fazia questionar se chegaríamos ao Ano 2000. Como seria a vida e o mundo nesse futuro?



Essa grande mudança impulsionava nosso desejo de reencontro. Juramos que se separadas procuraríamos umas as outras e que faríamos um encontro para contar sobre as nossas vidas. 

Enfim dentro de um quarto tendo uma grande amendoeira como cúmplice selamos o pacto com nossas mãos, mas o tal reencontro não aconteceu. A “grande amiga” sumiu e nunca mais nos vimos e não sabemos nada uma da outra. Isso eu chamo de “nem sempre amiga”.  

Na virada para  2000, o ano do preocupante bug do milênio,  eu estava mais em SP do que no Rio e muito envolvida com o trabalho. E as minhas primas, graças a Deus estou sempre sabendo delas, são minhas amigas de verdade e raras posso afirmar. 



Mas a vida é assim, separa amizades e amores. Bem verdade que se o sentimento for verdadeiro não há distância que separe destinos e sim amizades e amores que se unem e perpetuam no tempo. 

Essa é a história do pacto do ano 2000, ou melhor, foi o bug do milênio que não aconteceu na tecnologia muito menos em nossas vidas.
“Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações. Pois boas lembranças são marcantes, e o que é marcante nunca se esquece! Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!” Vinícius de Moraes
Grande Vinícius de Moraes, inesquecível poeta da vida. Mas depois desse pacto nossa vida caminhou, ou melhor, pedalou. Novas amizades surgiram e o grupo era unido no passeio de bicicletas nas lindas tardes de verão, outono, inverno, primavera...
Ah se minha Caloi falasse! Certamente ela diria:  vamos menina adoro pedalar a vida com você!
Era um momento único de sentir a liberdade da vida, de sentir a natureza, o vento batendo no rosto levantando nossos cabelos, de sentir a tarde caindo e a noite chegando. Dessa época me marcou as grandes amigas que guardo até hoje, da família maravilhosa que sempre me acolhia e me acolhe com amor em sua casa. Das festinhas que fazíamos, do bolero que o som tocava, dos porres que tomávamos juntas, de  “Freak le boom boom” da Gretchen, “Down, down e Hold back the water” de Bachman Turner Overdrive. Era uma vida compartilhada e feliz.
Obrigada amigas, a vida sem essa parte não teria sido vibrante. Vamos repetir a dose qualquer dia desses.

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sábado, 28 de julho de 2012

14 - O céu é o limite




O medo, a esperança, o sonho, a conquista, a superação, a fé e a vida.

Sentimentos que reviram nossos pensamentos e nos fazem felizes ou infelizes. É a opção, a escolha de viver bem ou deixar-se abater pelas intempéries que as vezes surgem em nossos caminhos.

Nascemos do berço de Deus e com o sopro da vida recebemos nosso destino e um oceano de vibrações positivas.  Somos seres pequeninos, somos uma esponja que absorve qualquer emoção que nutre e desnutre nossa alma.

Na fase da inocência aprendemos a amar nossa família e o mundo que nos cerca.  O céu é o limite para o nosso amor. Com olhos brilhantes e felizes seguimos uma vida compartilhada com tudo e com todos.

Mas o planeta gigante em energia não para nunca e junto com ele evoluímos no tempo. A inocência é perdida e a razão passa a ser nossa companheira mais constante.

Na fase da razão aprendemos a segregar, a separar  e a desejar somente o que nos faz bem.  Mais fortalecidos na compreensão acreditamos em nosso poder de realização e nesse sentido seguimos felizes e seguros com a certeza de conquistar sonhos magníficos, aqueles que foram pautados nas paredes florais do Universo.

Os sonhos vão e vem e é a alma suplente de uma vida querida que suporta as vibrações que abraçam nosso ser e nossa essência naturalista  a faz urgir nos campos da vida.

Viver significa estar contemplando nossas tenras filosofias da criação divina. É sentir o milagre da fé e o amor em nossos corações. Somos um céu sem limite mas muitas vezes exasperados com a inquietude do tempo.

Quem não consegue ou não quer sentir a emoção secular do espírito santo não sabe que poderá padecer na angústia da inverdade que carrega na alma. Porque no mais profundo sentimento existe a notória e mais convidativa consequência de nossa trajetória.

O céu é o limite para quem voa nas asas do destino!

Até breve!

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terça-feira, 10 de julho de 2012

13 - Sempre e nem sempre Amigas (I)

As lembranças me passam como uma sequência de fotos tiradas em lindas tardes e noites  de uma estação  iluminada e de brisa suave e tranqüila.

Quero falar das amizades que duram e das amizades que chegam, marcam e da mesma forma vão embora sem sequer deixar uma pista para um reencontro.

Algumas amigas me deixaram lembranças porque vivemos juntas um tempo de adolescência, uma fase de mudanças e de descobertas, um período difícil em que muitas emoções emergem sem qualquer explicação.

Essa é uma época de formar outros vínculos e da necessidade de um pouco mais de liberdade e privacidade. É na adolescência que se têm mais sentimentos pela vida, emoções aguçam nossos sentidos  e surge uma certa dose de egoísmo pelo ser e pelo ter. Confesso que fui egoísta com as minhas coisas e era difícil dividir ou compartilhar o que tinha, um desprezível sentimento de posse que hoje é lembrado com muita tristeza. Mas essa é uma história que pretendo contar em outro post. Agora quero falar de Sempre e nem sempre Amigas.

Uma amiga que jamais esqueci, foi uma vizinha de portão. Essa era uma amiga companheira da adolescência, da escola e de muitas confidências. Éramos jovens meninas que se completavam nas expectativas de vida. Muitas vezes ficávamos até tarde conversando no portão de nossas casas. Passávamos horas admirando o céu  e tentávamos contar aquela imensidão de estrelas até descobrirmos que o céu era infinito, mas nunca deixávamos de apontar para as Três Marias.  Éramos olhos brilhantes como as estrelas e vidas que sonhavam com o futuro.

E essa amiga tinha uma grande amendoeira no quintal que foi nossa cúmplice em muitos segredos e momentos marcantes como em uma promessa que chamamos de pacto para o ano 2000.  Mas a história desse pacto vou deixar para comentar na segunda parte desse tema.

A minha caminhada chegava na fase dos ídolos e da descoberta de um sentimento arrebatador e que nos deixa sensível, mas muito esperta para a vida. A paixão despertava na mente e no coração, era o momento de transferir nosso afeto aprendido para outros objetos amorosos e idealizados nessa fase da vida.

Amor e paixão são caminhos percorridos ao encontro da felicidade, é uma experiência na qual se pode conseguir a maior sensação de prazer, de paz e de felicidade.

Era uma fase de sentir  os ídolos e de apaixonar-se por eles, uma experiência subliminar que evoca o desejo de ser e ter como eles.

E eu nessa fase  pendurava fotos de Tarcísio Meira no meu quarto, achava ele um gato, ficava horas olhando aquele pôster e fantasiando a vida com (e como) ele. rsrsrsrsrsrsrsrs!!!!!


Voltando para a minha amiga de infância e adolescência, nós duas éramos fãs do Jackson Five, na verdade do Michael Jackson, e em 1974, quando eu tinha 14 anos a banda veio ao Brasil para uma turnê. 



Esse  show do Jackson Five  em 1974 foi no Maracananzinho e no grande dia nada me  doeu mais do que não ter podido ir ao show.  Mas como sempre estávamos lá juntas em nosso portão  imaginando o rolar do show quando sem mais nem menos surgiu a idéia de telefonar para o estádio. Era a hora do show, não lembro porque, mas acho que já sabíamos que essa ligação poderia nos alegrar. Corremos para o orelhão próximo da nossa casa e  ligamos, alguém do outro lado da linha atendeu, e aí o esperado aconteceu. Ficamos mudas, olhos arregalados uma para outra e paralisadas ouvindo por telefone o show do Jackson Five e bem na hora em que Michael Jackson cantava Ben.

    BEN

Ben, the two of us need look no more
We both found what we were looking for

With a friend to call my own
I'll never be alone
And you, my friend will see
You've got a friend in me
(You've got a friend in me)

Ben, you're always running here and there
(Here and there)

....

 

TRADUÇÃO

Ben, não precisamos mais procurar
Nós achamos o que procurávamos

Com um amigo pra chamar de meu
Nunca estarei só
E você, meu amigo, verá
Que tem um amigo em mim
(Que tem um amigo em mim)

Ben, você sempre corre aqui e ali                                                       (Aqui e ali)

....

 


Essa história levou apenas alguns breves minutos até o interlocutor cansar de falar alô sem retorno e desligar a ligação. Nesse momento o encanto acabou  e retornamos para nossa realidade, mas certamente diferentes e mais entusiasmadas e porque não dizer realizadas. Valeu a pena Michael Jackson!!!

Mas encerrando a história do Jackson Five pelo Brasil, quando cheguei segunda-feira na escola uma colega de classe que foi ao show pegou o pandeiro jogado ao público pela banda e muito feliz o exibia como um grande troféu. Foi a Mariângela, uma sortuda!

A quem possa interessar tenho muito mais para contar sobre Sempre e Nem Sempre Amigas e para não ficar cansativo farei um segundo post  desse tema.

Me aguardem !



Nazareth

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quarta-feira, 4 de julho de 2012

12 - Profundo e Divino


Escrito em 31/8/2008 em um momento de questionamentos da vida.


A felicidade é sentida quando atingimos a plenitude da vida ou, quem sabe, quando enxergamos e aceitamos o nosso verdadeiro Eu. 

E é na coragem de chegar nessa profundidade de nosso ser que passamos a sentir a emergência de uma beleza interior escondida.

Estamos sempre em busca de um destino muitas vezes sem saber a direção da vida que queremos.  O destino já tem seu caminho certo e o que nos basta é viver a vida  sem querer ser o movimento obrigatório de uma peregrinação sem rumo.

E é  na vida com plenitude que passamos não mais a sobreviver e sim a viver com mais intensidade, com mais amor, mais coragem e mais atitude, aí sim conseguimos realizar nossos mais belos e necessários desejos.

E na emergência de uma beleza divina se rompe uma natureza de energia que emana da terra  profunda nos dando força para seguir ao encontro de tudo que queremos. Saber sentir isso é que é a grande dificuldade de nós seres humanos.



Os ruídos do mundo atrapalham quem não sabe distinguir  a exuberância daquilo que faz parte da eternidade da Terra.  Existem os ruídos que nos assustam e avassalam nosso campo vibracional. São os ruídos materiais, são ruídos do homem buscando a sua sobrevivência nas arenas e nos duelos de sentimentos fugazes e atrozes. Alguns enigmáticos prazeres que forçam rumos dolorosos na vida.

Mas tem os ruídos naturais que deveriam ser sentidos e não ouvidos. São os ruídos que a Mãe Terra emite e os que são agregados a ela por natureza elementar como um doce latido de um cão,o canto de um grilo até o balanço das folhas das arvores em cenários  de luas e estações que perpetuam a vida.

Onde sinto os ruídos da natureza (trilha em Vargem Grande)


Viver é sentir que a vida é poderosa em energia cósmica e que podemos aproveitar desses minuciosos e invisíveis elementos da natureza para prover nossa sobrevivência nesse tão lindo e magnífico planeta.

A mãe natureza, a mãe terra são as nossas divindades absolutas preservadas no santuário profundo que existe em todos nós.

Profundo e divino a todos!!!!




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