Uma grande amizade
esquecida pelo tempo fez parte do pacto
do ano 2000. Pacto esse que posso chamar de um evento que ficou na história,
não pelo acontecimento da modernidade e do futuro, mas pela preocupação que
tínhamos em juntar o que a vida separou.
Amigas e
primas que uniram as mãos em pacto e juraram um compromisso de reencontro,
mesmo se casadas, compromissadas e com filhos. Moças que já entendiam um
pouco da vida e sabiam que caminhos e destinos poderiam ser separados. Uma
preocupação com a perda ou uma curiosidade para saber o que a vida fez conosco?
Ah... Como eram nossos pensamentos e emoções antigamente? Pensar na chegada do Ano 2000 era pensar em um futuro muito distante, mas muito distante mesmo! Era tudo muito fantasioso e cheio de mistérios. Crenças e misticismo nos fazia questionar se chegaríamos ao Ano 2000. Como seria a vida e o mundo nesse futuro?
Ah... Como eram nossos pensamentos e emoções antigamente? Pensar na chegada do Ano 2000 era pensar em um futuro muito distante, mas muito distante mesmo! Era tudo muito fantasioso e cheio de mistérios. Crenças e misticismo nos fazia questionar se chegaríamos ao Ano 2000. Como seria a vida e o mundo nesse futuro?
Essa grande mudança impulsionava nosso desejo de reencontro.
Juramos que se separadas procuraríamos umas as outras e que faríamos um
encontro para contar sobre as nossas vidas.
Enfim dentro de um quarto tendo uma grande amendoeira como
cúmplice selamos o pacto com nossas mãos, mas o tal reencontro não aconteceu. A
“grande amiga” sumiu e nunca mais nos vimos e não sabemos nada uma da outra. Isso
eu chamo de “nem sempre amiga”.
Na virada para 2000,
o ano do preocupante bug do milênio, eu
estava mais em SP do que no Rio e muito envolvida com o trabalho. E as minhas
primas, graças a Deus estou sempre sabendo delas, são minhas amigas de verdade
e raras posso afirmar.
Mas a vida é assim, separa amizades e amores. Bem verdade
que se o sentimento for verdadeiro não há distância que separe destinos e sim
amizades e amores que se unem e perpetuam no tempo.
Essa é a história do pacto do ano 2000, ou melhor, foi o bug
do milênio que não aconteceu na tecnologia muito menos em nossas vidas.
“Mesmo que as
pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para
sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.
Pois boas lembranças são marcantes, e o que é marcante nunca se esquece! Uma
grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!” Vinícius de
Moraes
Grande Vinícius de Moraes, inesquecível poeta da vida. Mas depois
desse pacto nossa vida caminhou, ou melhor, pedalou. Novas amizades surgiram e o
grupo era unido no passeio de bicicletas nas lindas tardes de verão, outono,
inverno, primavera...
Ah se minha Caloi falasse! Certamente ela diria: vamos menina adoro pedalar a vida com você!
Era um momento único de sentir a liberdade da vida, de
sentir a natureza, o vento batendo no rosto levantando nossos cabelos, de
sentir a tarde caindo e a noite chegando. Dessa época me marcou as grandes
amigas que guardo até hoje, da família maravilhosa que sempre me acolhia e me acolhe
com amor em sua casa. Das festinhas que fazíamos, do bolero que o som tocava,
dos porres que tomávamos juntas, de “Freak
le boom boom” da Gretchen, “Down, down e Hold back the water” de Bachman Turner
Overdrive. Era uma vida compartilhada e feliz.
Obrigada amigas, a vida sem essa parte não teria sido
vibrante. Vamos repetir a dose qualquer dia desses.